terça-feira, 11 de maio de 2010

Posição sobre o Crescimento Económico


Porque:

1) O crescimento económico, de acordo com os manuais de economia mais comuns, corresponde ao aumento da produção e consumo de bens e serviços;

2) O crescimento económico ocorre quando existe um aumento do consumo;

3) A economia global cresce como um todo integrado, consistindo dos sectores primário, secundário e terciário que necessitam de recursos materiais e energéticos e produzem resíduos;

4) O crescimento económico é geralmente medido como o aumento do produto interno bruto (PIB) ou produto nacional bruto (PNB);

5) O crescimento económico tem sido um objectivo recorrente e principal em muitas sociedades e na maioria dos governos;

6) Tendo em conta os princípios estabelecidos na física e ecologia, existem limites ao crescimento económico;
7) Existe uma crescente evidência de que o crescimento económico global tem impactes negativos a longo prazo para a ecologia e economia.

Então, nós tomamos a posição de que:

1) Existe um conflito fundamental entre o crescimento económico e a protecção ambiental (por exemplo: na conservação da biodiversidade, na protecção da qualidade do ar e da água, e na estabilidade atmosférica);

2) Existe um conflito fundamental entre o crescimento económico e os serviços ambientais que servem de base para a economia humana (por exemplo: a polinização, a decomposição e a regulação do clima);

3) O progresso tecnológico, que tem tido vários impactes positivos e negativos no ambiente, pode não ser a a solução para resolver o conflito entre crescimento económico e bem-estar ecológico e económico a longo-prazo;

4) O crescimento económico, visto como um aumento do PIB, é um objectivo perigoso e anacrónico, especialmente em nações ricas ou com riqueza generalizada;

5) Uma economia de estado estacionário (isto é, uma economia com um nivel de consumo relativamente estável) é uma alternativa viável a uma economia em crescimento e tem-se tornado num objectivo mais apropriado para as grandes economias ou economias mais ricas;

6) A sustentabilidade a longo-prazo de uma economia de estado estacionário requer a sua implementação a uma escala pequena o suficiente para evitar a ruptura das reduzidas capacidades ecológica e económica durante choques, esperados ou não, na oferta de recursos como secas e falhas de energia;

7) Uma economia de estado estacionário não exclui a possibilidade de desenvolvimento económico – processo dinâmico e qualitativo permitindo o uso de diferentes tecnologias e a variação da importância relativa dos vários sectores económicos ao longo do tempo;

8) Após o estabelecimento de uma economia de estado estacionário, será aconselhável que as nações mais ricas assistam outras nações na transição de economias baseadas no crescimento económico para uma economia de estado estacionário, começando por aquelas nações que actualmente apresentam valores elevados de consumo per capita;

9) Para muitas nações com pobreza generalizada, o aumento do consumo per capita (ou, alternativamente, de uma distribuição mais equitativa de riqueza) continua a ser um objectivo apropriado.
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