domingo, 16 de dezembro de 2012

Juan José Millás : Um canhão pelo cu

Este artigo incendiou a Espanha. Publicado a 14 de Agosto na secção de cultura de El Pais, em poucos dias tornou-se a peça mais lida de sempre naquele jornal e além disso teve milhares de acessos no Facebook. O autor é um escritor espanhol comprometido com os anseios do seu povo. Leia também a sua entrevista "Tornámo-nos uma colónia da Alemanha" em Dinheiro Vivo.

Se percebemos bem – e não é fácil, porque somos um bocado tontos –, a economia financeira está para a economia real assim como o senhor feudal está para o servo, como o amo está para o escravo, como a metrópole está para a colónia, como capitalista manchesteriano está para o operário superexplorado. A economia financeira é o inimigo de classe da economia real, com a qual brinca como um porco ocidental com corpo de uma criança num bordel asiático. Esse porco filho da puta pode, por exemplo, fazer com que a tua produção de trigo se valorize ou desvalorize dois anos antes de a teres semeado. Na verdade, pode comprar-te, sem que tu saibas da operação, uma colheita inexistente e vendê-la a um terceiro, que a venderá a um quarto e este a um quinto, e pode conseguir, de acordo com os seus interesses, que durante esse processo delirante o preço desse trigo quimérico dispare ou se afunde sem que tu ganhes mais caso suba, ainda que vás à merda se baixar. Se o baixar demasiado, talvez não te compense semear, mas ficarás endividado sem ter o que comer ou beber para o resto da tua vida e podes até ser preso ou condenado à forca por isso, dependendo da região geográfica em que tenhas caído, ainda que não haja nenhuma segura. É disso que trata a economia financeira.

Para exemplificar, estamos a falar da colheita de um indivíduo, mas o que o porco filho da puta geralmente compra é um país inteiro e ao preço da chuva, um país com todos os cidadãos dentro, digamos que com gente real que se levanta realmente às seis da manhã e se deita à meia-noite. Um país que, da perspectiva do terrorista financeiro, não é mais do que um tabuleiro de jogos no qual um conjunto de bonecos Playmobil andam de um lado para o outro como se movem os peões no Jogo da Glória.

A primeira operação do terrorista financeiro sobre a sua vítima é a do terrorista convencional: o tiro na nuca. Ou seja, retira-lhe todo o carácter de pessoa, coisifica-a. Uma vez convertida em coisa, pouco importa se tem filhos ou pais, se acordou com febre, se está a divorciar-se ou se não dormiu porque está a preparar-se para uma competição. Nada disso conta para a economia financeira ou para o terrorista económico que acaba de pôr o dedo sobre o mapa, sobre um país, este no caso, pouco importa, e diz "compro" ou diz "vendo" com a impunidade com que aquele que joga Monopólio compra ou vende propriedades imobiliárias a fingir.

Quando o terrorista financeiro compra ou vende, converte em irreal o trabalho genuíno de milhares ou milhões de pessoas que antes de irem para a labuta deixaram no infantário público, onde ainda existem, os seus filhos, também eles produto de consumo desse exército de cabrões protegidos pelos governos de meio mundo mas superprotegidos, é claro, por essa coisa a que temos chamado de Europa ou União Europeia ou, mais simplesmente, Alemanha, para cujos cofres são desviados neste preciso momento, enquanto lê estas linhas, milhares de milhões de euros que estavam nos nossos cofres.

E não são desviados num movimento racional, justo ou legítimo, desviam-se num movimento especulativo promovido por Merkel com a cumplicidade de todos os governos da chamada zona euro. Tu e eu, com a nossa febre, os nossos filhos sem infantário ou sem trabalho, o nosso pai doente e sem ajudas, com os nossos sofrimentos morais ou as nossas alegrias sentimentais, tu e eu já fomos coisificados por Draghi, por Lagarde, por Merkel, já não temos as qualidades humanas que nos tornam dignos da empatia dos nossos semelhantes. Somos agora mera mercadoria que pode ser expulsa do lar de idosos, do hospital, da escola pública, tornámo-nos algo desprezível, como esse pobre tipo a quem o terrorista, por antonomásia, está prestes a dar um tiro na nuca em nome de Deus ou da pátria.

A ti e a mim, estão a pôr nos carris do comboio uma bomba diária chamada prémio de risco, por exemplo, ou juros a sete anos, em nome da economia financeira. Avançamos com rupturas diárias, massacres diários, e há autores materiais desses atentados e responsáveis intelectuais dessas acções terroristas que passam impunes entre outras razões porque os terroristas vão a eleições e até ganham, e porque há atrás deles importantes grupos mediáticos que legitimam os movimentos especulativos de que somos vítimas.

A economia financeira, se começamos a perceber, significa que quem te comprou aquela colheita inexistente era um cabrão com os documentos certos. Terias tu liberdade para não vender? De forma alguma. Tê-la-ia comprado ao teu vizinho ou ao vizinho deste. A actividade principal da economia financeira consiste em alterar o preço das coisas, crime proibido quando acontece em pequena escala, mas encorajado pelas autoridades quando os valores são tamanhos que transbordam dos gráficos.

Aqui alteram o preço das nossas vidas a cada dia sem que ninguém resolva o problema, pior, enviando as forças da ordem contra quem tenta fazê-lo. E, por Deus, as forças da ordem empenham-se a fundo na protecção desse filho da puta que te vendeu, por meio de um roubo autorizado, um produto financeiro, ou seja, um objecto irreal no qual tu investiste as poupanças reais de toda a tua vida. O grande porco vendeu-lhe fumaça com o amparo das leis do Estado que são as leis da economia financeira, já que estão ao seu serviço.

Na economia real, para que uma alface nasça, há que semeá-la e cuidar dela e dar-lhe o tempo necessário para se desenvolver. Depois, há que a colher, claro, e embalar e distribuir e facturar a 30, 60 ou 90 dias. Uma quantidade imensa de tempo e de energia para obter uns cêntimos que terás de dividir com o Estado, através dos impostos, para pagar os serviços comuns que agora nos são retirados porque a economia financeira tropeçou e há que tirá-la do buraco. A economia financeira não se contenta com a mais-valia do capitalismo clássico, precisa também do nosso sangue e está nele, por isso brinca com a nossa saúde pública e com a nossa educação e com a nossa justiça da mesma forma que um terrorista doentio, passe a redundância, brinca enfiando o cano da sua pistola no rabo do seu sequestrado.

Há já quatro anos que nos metem esse cano pelo rabo. E com a cumplicidade dos nossos. O original encontra-se em http://cultura.elpais.com/cultura/2012/08/13/actualidad/1344875187_015708.html
e a tradução em http://www.dinheirovivo.pt/Economia/Artigo/CIECO056741.html?page=0
(foram efectuadas pequenas alterações)

Este artigo encontra-se em http://resistir.info/ .

terça-feira, 20 de novembro de 2012

Alternatives to Privatization : Public Options for Essential Services in the Global South

http://www.hsrcpress.ac.za/product.php?productid=2287

Critics of privatisation are often told they present no alternatives. This book takes up that challenge, proposing conceptual models for what constitutes an ‘alternative to privatisation’ and analyses what makes them successful (or not), backed up by empirical data on creative public service initiatives in over 40 countries in the Global South. This groundbreaking study provides a robust platform for comparisons across regions and sectors, with a focus on health, water and electricity. Alternatives to Privatisation is a compelling study and has been written by leading academics, practitioners and activists in the field.

Here is a book that many have been waiting for: an empirical, theoretical and normative case for defending and innovating ‘the public’. In resisting neoliberalism we need to show that there are viable alternatives to the privatisation and commercialisation of essential services. This book does not romanticise the state, or community, and illustrates that ‘the public’ comes in many forms and guises; both good and bad. The public is a terrain on which people must struggle if we are to realise our commitments to social, cultural and economic rights.

David McCoy - University College London and People’s Health Movement

At a time that neoliberal solutions to social services have lost credibility, this book argues convincingly that alternatives to privatisation exist and are often more effective than private enterprises. Drawing on examples in Africa, Asia, and Latin America, this book drives home the lesson that broad-based consultation and participation in service delivery is an essential ingredient of success.

Walden Bello - Author, academic, and political analyst

domingo, 21 de outubro de 2012

“Men, it has been well said, think in herds; it will be seen that they go mad in herds, while they only recover their senses slowly, one by one.”
- Charles MacKay
"We hang the petty thieves and appoint the great ones to public office"
- Aesop

sábado, 20 de outubro de 2012

Green Illusions : The Dirty Secrets of Clean Energy and the Future of Environmentalism

http://www.greenillusions.org/description/

We don’t have an energy crisis. We have a consumption crisis. And this book, which takes aim at cherished assumptions regarding energy, offers refreshingly straight talk about what’s wrong with the way we think and talk about the problem. Though we generally believe we can solve environmental problems with more energy—more solar cells, wind turbines, and biofuels—alternative technologies come with their own side effects and limitations. How, for instance, do solar cells cause harm? Why can’t engineers solve wind power’s biggest obstacle? Why won’t contraception solve the problem of overpopulation, lying at the heart of our concerns about energy, and what will?

This practical, environmentally informed, and lucid book persuasively argues for a change of perspective. If consumption is the problem, as Ozzie Zehner suggests, then we need to shift our focus away from suspect alternative energies and toward improving social and political fundamentals: walkable communities, improved consumption, enlightened governance, and, most notably, women’s rights. The dozens of first steps he offers are surprisingly straightforward. For instance, he introduces a simple sticker that promises a greater impact than all of the nation’s solar cells. He uncovers why carbon taxes won’t solve our energy challenges (and presents two taxes that could). Finally, he explores how future environmentalists will focus on similarly fresh alternatives that are affordable, clean, and can actually improve wellbeing.
"We are all capable of believing things which we know to be untrue, and then, when we are finally proved wrong, impudently twisting the facts so as to show that we were right. Intellectually, it is possible to carry on this process for an indefinite time: the only check on it is that sooner or later a false belief bumps up against solid reality, usually on a battlefield."
- George Orwell (1946)

sexta-feira, 19 de outubro de 2012

Dennis Gilbert : The American Class Structure in an Age of Growing Inequality - Eighth Edition

http://www.sagepub.com/books/Book234285

In this Eighth Edition of his acclaimed and thought-provoking text, author Dennis Gilbert explores historical and contemporary empirical studies of class inequality in America through the lens of nine key variables. Focusing on the socioeconomic core of the American class system, Gilbert describes a consistent pattern of growing inequality in the United States since the early 1970s. In his search for the answer to why class disparities continue to increase, Gilbert examines changes in the economy, family life, and politics, drawing on vivid first-person accounts to illustrate the human emotion wrapped up in class issues.

Dennis Gilbert is a professor of Sociology at Hamilton College His primary research interests are Latin American and American class system. Gilbert is the author of The American Class Structure in an Age of Growing Inequality (Sage, 2008), Mexico's Middle Class in the Neoliberal Era (University of Arizona Press, 2007), Sandinistas: the Party and the Revolution (Blackwell, 1988), and La Oligarquía Peruana: Historia de Tres familias (Horizonte, 1982). In 1990, he was research director to the successful congressional campaign of Bernard Sanders (Independent-VT) and later served as legislative assistant in Representative Sanders' congressional office. At Hamilton, Gilbert teaches a course on public opinion polling. In collaboration with the polling firm Zogby International, Gilbert and his students have conducted a series of widely reported national surveys, most examining the views of high school students, on such topics as gun control, gay rights, abortion, Muslims in America and patriotism.

quinta-feira, 18 de outubro de 2012

Christian Felber : La economía del bien común

http://www.economia-del-bien-comun.org/
Nadie debe volver a decir que en la economía y en la política no hay alternativas al capitalismo y a los caminos erroneos del socialismo real. La “Economía del Bien Común” es una respuesta profunda a la crisis, en muchos aspectos, del presente: bolsas financieras, desempleo, pobreza, cambio climático, migración, globalización, desmonte de la democracia, pérdida de los valores y del sentido. La “Economía del Bien Común” de Felber se basa – como una economía de libre-mercado – en las empresas privadas y la iniciativa individual, no obstante, las empresas no se esfuerzan en competir entre ellas para el aumento financiero, sino que cooperan para alcanzar la meta del bien común mayor posible – un nuevo principio fundamental.

quarta-feira, 17 de outubro de 2012

David Korten - The Great Turning : From Empire to Earth Community

http://www.davidkorten.org/great-turning-book

David Korten’s classic bestseller, When Corporations Rule the World, was one of the first books to articulate the destructive and oppressive nature of the global corporate economy. Now, ten years later, Korten shows that the problem runs deeper than corporate domination—with far greater consequences.

In The Great Turning, Korten argues that corporate consolidation of power is merely a contemporary manifestation of what he calls “Empire”: the organization of society by hierarchies of domination grounded in violent chauvinisms of race, gender, religion, nationality, language, and class. The result has been the same for 5,000 years, fortune for the few and misery for the many. Increasingly destructive of children, family, community, and nature, the way of Empire is leading to environmental and social collapse.

The Great Turning makes the case that we humans are a choice making species that at this defining moment faces both the opportunity and the imperative to choose our future as a conscious collective act. We can no longer deny the need nor delay our response. A mounting perfect economic storm is fast approaching. A convergence of climate change, peak oil, and the financial instability inherent in an unbalanced global trading system will bring an unraveling of the corporate-led global economy and a dramatic restructuring of every aspect of modern life.

We cannot avoid the unraveling. We can, however, turn a potentially terminal crisis into an epic opportunity to bring forth a new era of Earth Community grounded in the life-affirming cultural values shared by most all the world’s people and eloquently articulated in the Earth Charter.

The Great Turning is an essential resource for those who understand this need and are prepared to engage what Thomas Berry calls the Great Work. It cuts through the complexity of our time to illuminate a simple, but elegant truth. We humans live by stories. We are held captive to the ways of Empire by a cultural trance of our own creation maintained by stories that deny the higher possibilities of our human nature—including our capacities for compassion, cooperation, responsible self-direction, and self-organizing partnership.

Changing our future begins with changing our stories. A work already underway, it ultimately calls out for the participation of every person on the planet. The Great Turning points the way to the inspiring outcome within our reach.

Table of Contents

Chapter Summaries

Prologue: In Search of the Possible

Part I: Choosing Our Future
1. The Choice
2. The Possibility
3. The Imperative
4. The Opportunity

Part II: Sorrows of Empire
5. When God Was a Woman
6. Ancient Empire
7. Modern Empire
8. Athenian Experiment

Part III: America, The Unfinished Project
9. Inauspicious Beginning
10. People Power Rebellion
11. Empire’s Victory
12. Struggle for Justice
13. Wake Up Call
14. Prisons of the Mind

Part IV: The Great Turning
15. Beyond Strict Father Vs Aging Clock
16. Creation’s Epic Journey
17. Joys of Earth Community
18. Stories for a New Era

Part V: Birthing Earth Community
19. Leading from Below (excerpt)
20. Building A Political Majority (excerpt)
21. Liberating Creative Potential
22. Change the Story, Change the Future

terça-feira, 16 de outubro de 2012

Enough is Enough : Ideas for a Sustainable Economy in a World of Finite Resources

http://steadystate.org/enough-is-enough/
  • Do you suspect that the idea of perpetual economic growth on a finite planet is folly?
  • Are you searching for ways to solve our profound social and environmental problems?
  • Do you want to know how we can construct an economy that (1) meets our needs without undermining the life-support systems of the planet and (2) achieves sustainable and equitable well-being for all people?
Read Enough is Enough for answers to these questions!

The report is available in three languages:

Summary (10 pages): EN ES FR
Full Report (130 pages): EN ES

Click here to view a collection of related videos.

Enough is Enough is the single most complete collection of policy initiatives, tools, and reforms for an economy that makes enough its goal instead of more. The report, generated from the inspirational ideas of the Steady State Economy Conference, consists of three parts:
  • Part One describes why economic growth is becoming an obsolete goal and provides a crystal-clear description of the desirable alternative — a steady state economy;
  • Part Two examines ten key areas where change is needed to achieve a steady state economy;
  • Part Three provides a blueprint for moving boldly from ideas to action.
The suggested citation for the report is:

O’Neill, D.W., R. Dietz, and N. Jones (editors). 2010. Enough is Enough: Ideas for a Sustainable Economy in a World of Finite Resources. The Report of the Steady State Economy Conference. Center for the Advancement of the Steady State Economy (Arlington, Virginia, USA) and Economic Justice for All (Leeds, UK).

Please read the report, discuss the ideas contained in it, and do what you can to help get us on the path to a better economy. If you are interested in engaging with others in online discussions of report topics, then please visit the SteadyStaters Google Group and request an invitation to join.

domingo, 14 de outubro de 2012

Debunking Economics - Revised and Expanded Edition : The Naked Emperor Dethroned?

http://zedbooks.co.uk/paperback/debunking-economics-revised-and-expanded-edition

Debunking Economics exposes what many non-economists may have suspected and a minority of economists have long known: that economic theory is not only unpalatable, but also plain wrong. When the original Debunking was published back in 2001, the market economy seemed invincible, and conventional 'neoclassical' economic theory basked in the limelight. Steve Keen argued that economists deserved none of the credit for the economy's performance, and that 'the false confidence it has engendered in the stability of the market economy has encouraged policy-makers to dismantle some of the institutions which initially evolved to try to keep its instability within limits'. That instability exploded with the devastating financial crisis of 2007, and now haunts the global economy with the prospect of another Depression.

In this radically updated and greatly expanded new edition, Keen builds on his scathing critique of conventional economic theory whilst explaining what mainstream economists cannot: why the crisis occurred, why it is proving to be intractable, and what needs to be done to end it.

Essential for anyone who has ever doubted the advice or reasoning of economists, Debunking Economics provides a signpost to a better future.

Reviews

'Economics still awaits its Darwin. Keynes came close, but not close enough. Keen comes closer still. Economics, like biology used to be, remains mostly faith-based. No book poses a bigger threat to that faith than the second and expanded edition of Debunking Economics.' - Edward Fullbrook, Editor, Real World Economics Review

'The new edition of 'Debunking Economics'... provide[s] a more persuasive account of the causes of the crash and of its likely evolution than anything that has yet emerged from Constitution Avenue or Threadneedle Street. This is complicated, but it's in your interests to understand it.'
George Monbiot

'It is notorious that only the most mediocre students have the stomach to stick with graduate economics degree. The assumptions become so narrow-minded and tunnel-visioned that reality-based minds drop out. But economics obviously is important ­ too much so to be left to economists. Fortunately, Steve Keen is an empirical mathematician who views the economy logically and systematically. Having made a pioneering explanatory statistical model, he looked through the literature to review the history of economic thought ­ and saw how little today's assumptions had to contribute to Reality Economics. So his book does two things. First, it explains some of the most wrong-headed logical paths that led today's 'free market' economics down its detour to rationalize the status quo. Second, it explains how to view the economy from a more realistic, cause-and-effect light.' - Michael Hudson, Distinguished Research Professor of Economics, University of Missouri

'You would be hard-pressed to find an individual whose pre-crisis analyses of both the world financial system and the economics profession were more dead on than Steve Keen's. The original edition of this book not only demonstrated the irrelevance of modern theory, but it predicted the major economic and social crisis that occurred. This second edition updates earlier chapters and adds new ones that directly address the causes of the collapse and the reasons why standard solutions have been useless. This book is an absolute must read for anyone wondering what caused this catastrophe and how we can truly put it behind us.' - Prof. John T. Harvey, author of 'Currencies, Capital Flows, and Crises: A Post Keynesian Analysis of Exchange Rate Determination'

'Redemption is this book's greatest gift to a world that grew dependent on the thinly disguised forms of mathematised superstition which, over the past thirty years, managed to dominate economic theory and policy. Keen's book is a tour de force that grants its reader the chance of immunity from these, still dominant, economic superstitions.' - Yanis Varoufakis, Professor of Economics, Athens University

'Professor Keen has written a book that will shake the economics community to its core, and for good reason. It could not have been written at a better time.' - Andrew Leeming, author of The Super Analysts

'Much more than simply explaining the causes of the crisis, Keen takes us through a thorough dissection of mainstream neoclassical economics, and the result does not leave the discipline looking in good shape.' - Tanweer Ali, Empire State College, State University of New York, in Heterodox Economics Newsletter

Table of Contents

Preface to the first edition
1. Predicting the 'unpredictable2
2. No more Mr. Nice guy
Part 1: Foundations
The logical flaws in the key concepts of conventional economics
3. The calculations of hedonism
4. Size does matter
5. The price of everything
6. To each according to his contribution
Part 2: Complexities
Issues that should form part of an education in economics, but which are omitted from standard courses
7. The holy war over capital
8. There is madness in their method
9. Let’s do the Time Warp again
10. Why they didn’t see it coming
11. The price is not right
12. Misunderstanding the Great Depression and the Great Recession
Part 3: Alternatives
Different ways to think about economics
13. Why I did see ‘It’ coming
14. A Monetary Model of Capitalism
15. Why stock markets crash
16. Don’t shoot me, I’m only the piano
17. Nothing to lose but their minds
18. There are alternatives
References

About the Author:

Steve Keen is Associate Professor of Economics & Finance at the University of Western Sydney. Steve predicted the financial crisis as long ago as December 2005, and warned that back in 1995 that a period of apparent stability could merely be 'the calm before the storm'. His leading role as one of the tiny minority of economists to both foresee the crisis and warn of it was recognised by his peers when he received the Revere Award from the Real World Economics Review for being the economist who most cogently warned of the crisis, and whose work is most likely to prevent future crises.

sábado, 13 de outubro de 2012

Le sol, la terre et les champs : Pour retrouver une agriculture saine

http://www.sangdelaterre.fr/index.php?art=21&th=135

L'agriculture aujourd'hui est dans une impasse. L'intensification n'a pas été capable d'arrêter la famine mais elle a épuisé des millions d'hectares de sol et dégradé la qualité nutritive des aliments.

Fondée sur une conception très réductrice du sol considéré comme un support inerte l'agronomie n'a pas su développer une agriculture durable, elle s'enlise dans les OGM qui rendent les agriculteurs prisonniers des semenciers ainsi que dans les agro-carburants qui provoquent une hausse brutale du prix des denrées agricoles.

S'appuyant sur les expériences réussies d'autre forme d'agriculture dite biologique et sur les dernières recherches en microbiologie du sol, Claude et Lydia Bourguignon proposent dans ce livre une nouvelle voie pour l'agriculture du XXIe siècle.

Dans cette nouvelle édition revue et augmentée de cet ouvrage de référence, les auteurs, remettant en cause le labour, exposent une nouvelle évolution verte, qui par l'application des lois de la biologie des sols, permet de restaurer une fertilité durable grâce à des techniques comme le semis direct sous couvert, le BRF, le compost, etc.

Carlos Taibo : Por la autogestión y la desmercantilización

Dentro del movimiento del 15 de mayo -y dentro de otras muchas iniciativas- hay, si así se quiere, dos grandes posiciones. La primera entiende que el cometido principal del movimiento estriba en elaborar propuestas que se espera sean escuchadas, en un grado u otro, por nuestros gobernantes. La segunda, muy diferente de la anterior, aspira, antes bien, a crear espacios de autonomía en los cuales procedamos a aplicar reglas del juego diferentes de las que nos impone el sistema que padecemos. Y a hacerlo, por añadidura, sin aguardar nada de esos gobernantes que acabo de mencionar.

Mi impresión es que la segunda de las posiciones ha ido ganando terreno en el 15-M. No se olvide al respecto que el panorama general en lo que hace a ganancias de la mano de la primera de las perspectivas enunciadas es manifiestamente desalentador. Claro que no sólo se trata de eso: hora es ésta de recordar que en una de sus matrices principales el movimiento del 15 de mayo nació, un año atrás, al amparo de un propósito expreso de cuestionar un sistema seudodemocrático en el que al cabo, y de siempre, son los grandes poderes económicos los que dictan las reglas del juego. Sobre esa base estaba servida la conclusión de que, aun siendo comprensibles las demandas de reforma de ese sistema que formulaban muchos sectores del 15-M, la inercia del movimiento conducía muy a menudo a lo que cabía entender que era una apuesta por la construcción de un orden distinto y plenamente autónomo.

No está de más que proponga dos ejemplos que permiten perfilar el escenario de la discusión. El primero remite a la muy extendida petición, que algunos asimilan sin más con el 15-M como si una y otra realidad se solapasen, de reforma de la ley electoral. Supongamos, que es mucho suponer, que los dos grandes partidos aceptan la reforma en cuestión y que ésta tiene un perfil saludable. ¿Qué cambios profundos cabe augurar que se derivarían de ello? La posibilidad de que PP y PSOE perdiesen una parte, sin duda menor, de los escaños de los que hoy disfrutan en el parlamento, ¿modificaría sustancialmente la realidad que palpamos en estas horas? ¿No es lamentablemente ingenuo suponer que una reforma de la ley electoral va a resolver alguno de nuestros problemas principales?

El segundo ejemplo que me interesa rescatar es el de la propuesta de creación de una banca pública. No se trata ahora de discutir el buen o mal sentido de tal propuesta. Se trata de preguntarse, antes que nada, cuánto tiempo podemos aguardar para que se perfile esa fórmula de banca. Lo diré con un punto de ironía: ¿cuánto tiempo habrá de transcurrir para que Izquierda Unida cuente con 150 representantes en el Congreso de Diputados? ¿Podemos permitirnos esperar hasta entonces o, como me temo, los deberes son La gestación de una banca pública exige el beneplácito de fuerzas políticas y de grupos de presión que apuestan con descaro, apoyados en las mayorías, por otros horizontes.mucho más acuciantes e imperativos? Mal haríamos en olvidar que la gestación de una banca pública reclama inexorablemente del concurso de partidos, parlamentos y leyes, o, lo que es lo mismo, exige el beneplácito de fuerzas políticas y de grupos de presión que apuestan con descaro, apoyados en las mayorías, por otros horizontes. Y ojo que no cabe en modo alguno descartar que populares y socialistas acaben por perfilar una banca pública con cometidos bien diferentes de los que, cargados de respetables buenas intenciones, pretenden asignar a aquélla nuestros economistas socialdemócratas de bandera.

Ante el panorama que acabo de mal retratar de la mano de los dos ejemplos propuestos, ¿no es mucho más hacedero y realista el proyecto que nos invita a construir desde abajo un mundo -unas relaciones económicas y sociales- nuevo y desmercantilizado? No estoy hablando, por lo demás, de un proyecto etéreo. Las realidades correspondientes ya están ahí. Pienso en los grupos de consumo que han proliferado en tantos lugares, en las perspectivas que surgen de las cooperativas integrales, en las ecoaldeas e instancias similares, en los bancos sociales que rehuyen el lucro y el beneficio o, por cerrar aquí una lista que bien podría ser más larga, en el incipiente movimiento que plantea el horizonte de la autogestión por los trabajadores en el caso de muchas empresas amenazadas de cierre. En todas estas iniciativas lo que despunta es un esfuerzo encaminado por igual a rechazar la delegación del poder en otros y a alentar la práctica de la socialización sin jerarquías, las más de las veces sobre la base de postulados antipatriarcales, antiproductivistas e internacionalistas. ¿No empiezan a acumularse los argumentos para sostener que el viejo proyecto libertario de la autogestión generalizada es, no sin paradoja, mucho más realista que aquel otro que, al amparo de la vulgata socialdemócrata de siempre, todo lo hace depender de partidos, leyes y parlamentos?

A menudo me encuentro a personas que, con argumentos respetables, subrayan que las dos opciones a las que me refiero en este texto no son incompatibles. Lo aceptaré de buen grado: no tengo por qué concluir, en particular, que quien legítimamente pelea por reformar la ley electoral es hostil a la gestación de espacios de autonomía no mercantilizados (y viceversa). Creo, sin embargo, que lo suyo es subrayar que esas dos opciones no sólo remiten a objetivos y métodos diferentes: se materializan también en proyectos organizativos distintos. Mientras en el primer caso el movimiento en que se concretan no es sino un instrumento al servicio de un proceso que debe discurrir fuera de él, en el segundo -el de los espacios de autonomía- ese movimiento se convierte, de la mano de la asamblea, de la democracia directa y de la autogestión, en objeto con vida propia que, cabal y autosuficiente, no precisa de representaciones externas. De cara al futuro, y por su dimensión de demostración de que es posible hacer las cosas de forma diferente, parece que esta última es una apuesta más inteligente.

Carlos Taibo (www.carlostaibo.com) es profesor de Ciencia Política en la Universidad Autónoma de Madrid.

Fuente : http://www.decrecimiento.info/2012/10/por-la-autogestion-y-la.html

quarta-feira, 10 de outubro de 2012

People Money : The Promise of Regional Currencies

http://www.triarchypress.com/pages/Regional-Currencies-People-Money.htm
by Margrit Kennedy, Bernard Lietaer and John Rogers


People Money is a comprehensive guide to the principles and practice of regional currencies.

It shows how regional currencies can transform the lives and well-being of local communities, how they can sustain businesses, how local authorities can participate in their success and, consequently, why supporting regional currencies is of vital importance to the future of your community, region or country.

It is also a comprehensive guide to the development process and implementation of a regional currency.

The Present Currency System

"Centralised national money destroys community. It makes us deal with human beings like we deal with dented cans – we throw them away when we can’t make a profit from them ..."
Bob Fishman, Equal Dollars Community Currency

In the wake of the financial crisis of 2008, vast numbers of people have had their livelihoods stripped away and, for many, the future looks bleak. There is a growing gap between the haves and have-nots and the disagreements between policy makers (economists and governments) about how to ‘rebalance the economy’ increasingly suggest that nobody has control or knows what to do.

The growth vs. austerity options under consideration will do little to help the financial sector stabilise. According to the IMF, there have been at least 145 banking crises, 208 monetary crashes and 72 sovereign-debt crises in the last 40 years and these are bound to continue if we stay with the present approach.

It is not just another downturn in the business cycle but a deep systemic crisis caused by the rift between a casino economics based on monetary speculation and the social and ecological realities of our time. The only way to bridge this chasm between money and planet, between money and people is to reinvent money.

The Change and Benefits of Regional Currencies

Communities are full of underused resources: individuals with time and talents; businesses with spare capacity in the form of restaurant tables, hire cars, printing services, theatre seats; voluntary associations with underused vehicles and rooms; local authorities with underused community and leisure centres.

Regional Currencies reinvent money to mobilize these resources without burdening taxpayers either at the national or regional level. Regional Currencies:
  • value talents and skills
  • rebuild communities and strengthen local economies
  • help protect local environments share inventory, labour and skills that could serve the community 
  • harness volunteers more effectively 
  • support learning, training and skills-sharing
  • sustain local businesses with spare capacity
  • meet the demand for the care and support of the elderly.
Furthermore, they are not subject to the risk of a meltdown in the financial sector. Like the Brixton or Lewes pound (and there are many thousands of them worldwide, in Germany, France, Belgium, Switzerland, Brazil, Venezuela, South Africa, New Zealand, ...) regional currencies behave and do what national currencies don’t do.

Who should read People Money? See here

Soil to Sky : of agroecology versus industrial agriculture' by The Christiansen Fund

terça-feira, 9 de outubro de 2012

The Mad Farmer, Flying the Flag of Rough Branch, Secedes from the Union

Here is Wendell Berry's fine poem, which speaks about money, science, community, home - all the things embraced by the precautionary principle.

From the union of power and money,
from the union of power and secrecy,
from the union of government and science,
from the union of government and art,
from the union of science and money,
from the union of ambition and ignorance,
from the union of genius and war,
from the union of outer space and inner vacuity,
the Mad Farmer walks quietly away.

There is only one of him, but he goes.
He returns to the small country he calls home,
his own nation small enough to walk across.
He goes shadowy into the local woods,
and brightly into the local meadows and croplands.
He goes to the care of neighbors,
he goes into the care of neighbors.
He goes to the potluck supper, a dish from each house
for the hunger of every house.
He goes into the quiet of early mornings
of days when he is not going anywhere.

Calling his neighbours together into the sanctity of their lives
separate and together
in the one life of their commonwealth and home,
in their own nation small enough for a story
or song to travel across in an hour, he cries:

Come all ye conservatives and liberals
who want to conserve the good things and be free,
come away from the merchants of big answers,
whose hands are metalled with power;
from the union of anywhere and everywhere
by the purchase of everything from everybody at the lowest price
and the sale of anything to anybody at the highest price;
from the union of work and debt, work and despair;
from the wage-slavery of the helplessly well-employed.
From the union of self-gratification and self-annihilation,
secede into care for one another and for the good gifts of Heaven and Earth.

Come into the life of the body, the one body
granted to you in all the history of time.
Come into the body’s economy, its daily work,
and its replenishment at mealtimes and at night.
Come into the body’s thanksgiving, when it knows
and acknowledges itself a living soul.
Come into the dance of the community, joined
in a circle, hand in hand, the dance of the eternal
love of women and men for one another
and of neighbors and friends for one another.

Always disappearing, always returning,
calling his neighbors to return, to think again
of the care of flocks and herds, of gardens
and fields, of woodlots and forests and the uncut groves,
calling them separately and together, calling and calling,
he goes forever toward the long restful evening
and the croak of the night heron over the river at dark.

Source : http://www.sehn.org/iowa.html

quinta-feira, 4 de outubro de 2012

Michael S. Gazzaniga : The Cognitive Neurosciences, 4th Edition

http://mitpress.mit.edu/catalog/item/default.asp?ttype=2&tid=11998
 

Each edition of this classic reference has proved to be a benchmark in the developing field of cognitive neuroscience. The fourth edition of The Cognitive Neurosciences continues to chart new directions in the study of the biologic underpinnings of complex cognition—the relationship between the structural and physiological mechanisms of the nervous system and the psychological reality of the mind. The material in this edition is entirely new, with all chapters written specifically for it.

Since the publication of the third edition, the field of cognitive neuroscience has made rapid and dramatic advances; fundamental stances are changing and new ideas are emerging. This edition reflects the vibrancy of the field, with research in development and evolution that finds a dynamic growth pattern becoming specific and fixed, and research in plasticity that sees the neuronal systems always changing; exciting new empirical evidence on attention that also verifies many central tenets of longstanding theories; work that shows the boundaries of the motor system pushed further into cognition; memory research that, paradoxically, provides insight into how humans imagine future events; pioneering theoretical and methodological work in vision; new findings on how genes and experience shape the language faculty; new ideas about how the emotional brain develops and operates; and research on consciousness that ranges from a novel mechanism for how the brain generates the baseline activity necessary to sustain conscious experience to a bold theoretical attempt to make the problem of qualia more tractable.

About the Editor
Michael S. Gazzaniga is Professor of Psychology and Director for the SAGE Center for the Study of Mind at the University of California, Santa Barbara. In addition, he is the Director of the Summer Institute in Cognitive Neuroscience, President of the Cognitive Neuroscience Institute, and a member of the President's Council on Bioethetics.

Kjell Aleklett - Peeking at Peak Oil

http://www.springer.com/environment/Peeking at Peak Oil
  • Exposes the facts and implications of the most  “inconvenient truth” in science
  • Highlights the major social and economic impacts of the Peak of the Oil Age
  • Provides an authoritative introduction in easy-to-understand language
  • Features original illustrations by one of Sweden’s leading graphic artists, Olle Qvennerstedt
The term “Peak Oil” was born in January 2001 when Colin Campbell formed the Association for the Study of Peak Oil & Gas (ASPO). Now, Peak Oil is used thousands of times a  day by journalists, politicians, industry leaders, economists, scientists and countless others around the globe. Peak Oil is not the end of oil but it tells us the end is in sight. Anyone interested in food production, economic growth, climate change or global security needs to understand this new reality.

In Peeking at Peak Oil Professor Kjell Aleklett, President of ASPO International and head of the world’s leading research group on Peak Oil, describes the decade-long journey of Peak Oil from extremist fringe theory to today’s accepted fact: Global oil production is entering terminal decline. He explains everything you need to know about Peak Oil and its world-changing consequences from an insider’s perspective. In simple steps, Kjell tells us how oil is formed, discovered and produced. He uses science to reveal the errors and deceit of national and international oil authorities, companies and governments  too terrified to admit the truth. He describes his personal involvement in the intrigues of the past decade.

What happens when a handful of giant oil fields containing two thirds of our planet’s oil become depleted? Will major oil consumers such as the EU and US face rationing within a decade? Will oil producing nations conserve their own oil when they realize that no one can export oil to them in the future? Does Peak Oil mean Peak Economic Growth? If you want to know the real story about energy today and what the future has in store, then you need to be Peeking at Peak Oil.

Exposes the facts and implications of the most  “inconvenient truth” in science

Highlights the major social and economic impacts of the Peak of the Oil Age
Provides an authoritative introduction in easy-to-understand language
Features original illustrations by one of Sweden’s leading graphic artists, Olle Qvennerstedt

ASPO Conference 2012 – Presentation of the book Peeking at Peak Oil by Kjell Aleklett

ASPO was formed 10 years ago in 2002 during the world’s first Peak Oil conference in Uppsala. During the autumn of the year 2000 a number of people had encouraged Colin Campbell to take the initiative to form an organization that would study Peak Oil and inform the world that it faced a great challenge – within 10 years the world’s oil production would reach its maximum level. Together with Jean Leherrere, Colin had described this fact in an article in Scientific American in March 1998. This year’s conference was our tenth and, at the same time, a 10 year jubilee for ASPO. My opening presentation can be downloaded for viewing. You can look at it as I refer to it in the text below. The presentation also shows some of the information and images from my book “Peeking at Peak Oil” that summarises 10 years with ASPO and the work that my research group at Uppsala University has done during the past decade.

(Download the presentation)

(Slides 3-6) In the article The End of Cheap Oil it was shown that conventional crude oil production would reach a maximum in around 2006 at a production rate of 72 million barrels per day (Mb/d). The IEA has now recognized that the world had maximal conventional crude oil production in 2006 but that the production level only reached 70 Mb/d. The fact that the oil industry could not produce 72 Mb/d means that the world can now experience a longer production plateau at 70 Mb/d. The decline that Colin and Jean showed is based on the knowledge on oil reservoirs that existed in 1998 and with assumptions of future discoveries made at that time. The IEA shows as we have that the decline in production from currently producing conventional crude oil fields is about 4 Mb/d per year. In the future prognoses published by the IEA they show that they believe that fields that have already been found (but are not yet in production) and fields yet to be found will compensate for the decline in currently producing fields. The IEA believes the yet to be discovered fields should give 19 Mb/d of production in 2035. In reality, this would mean a rate of production three times greater than was achieved in the North Sea when its production was maximal. Time will tell but we do not believe such a rate of production is possible. Therefore, we can state that Colin and Jean’s prediction made in 1998 was correct.

(Slides 8-13) In October 2001 I visited Colin in Balydehob, Ireland and we decided to organise an international workshop at Uppsala University. The collage of images taken by the University’s photographer shows some of the 60 people that participated in the workshop (ASPO 1). Two of the main speakers were Roy Leonard, who was then the head of exploration for the Russian oil company Yukos and Matt Simmons, who in the photo is being interviewed by the well-known Swedish TV journalist Bo Holmström. At the far left in the second row is Bert Bolin, who formed the IPCC and was its first president (but retired in 2002). During that year’s conference the viewpoint was presented that we should work together with the IPCC and that was something that I had hoped for from the beginning. However, the IPCC did not wish to collaborate with us. It was very important that Bruce Stanley, who worked for AP in London, came to Uppsala and wrote about our workshop. His article was read around the world and when Matt Simmons opened his morning newspaper in Houston that Saturday he could read that he had been in Uppsala and he could also read, for the first time, the expression “Peak Oil” in the international press. Today, a Google search for “Peak Oil” gives 6 million hits. The following images define Peak Oil, show which nations of the world have ASPO associations and where we have held our conferences.


Peak Oil Peeking at Peak Oil

(Slides 14-18) In connection with the conference in Uppsala we sent out a press release showing how we then, ten years ago, estimated that there would be a production plateau in around 2010 of 85 Mb/d (oil production as defined by BP, i.e. without “processing gains” and ethanol). The average value for oil production given by BP for the years 2002-2010 is 81.5 Mb/d which means that the prognosis ASPO showed in 2002 was too optimistic. However, in 2002 our prognosis was regarded as unrealistically low. The various prognoses that Fredrik Robelius gave in his thesis had, as a condition for reaching the highest production levels, that there would be large investments in oil production in Iraq. That did not occur.
(Slides 19, 20, 21) An important part of our research addresses the “Depletion rate of remaining recoverable resources, DRRR”. In simple terms we have shown that, in any year, one can only produce a certain percentage of the resources that remain in an oilfield or region. For the North Sea the maximal DRRR was 6%.

Dicscovery Peeking at Peak Oil

Slides 22, 23, 24) There are many different opinions about how much more crude oil can be discovered. We must first note that, initially, approximately 1% of the world’s oil fields possessed 65% of all the world’s oil. If we study how many oilfields are found with every passing year and how much oil exists in those fields then we can state that the greatest number of oilfields was found during the 1980s – 360 fields per year. We can also state that, with time, the fields discovered are becoming smaller and smaller. Up to 2035 I estimate we will find approximately 250 fields per year with an average size of 30,000 barrels of oil per field. This means that we will find less than 200 billion barrels of oil by 2035.



(Slides 25 & 26) Oil that is discovered can then be produced and the fact is that we cannot produce more oil than has been discovered. Oil production is limited by the laws of physics and the particular physical law that will limit our future is named “Darcy’s Law”. The law states that the rate of flow of a fluid (i.e. “the size of the tap”) is determined by k, the size of the pores in the rock; A, the contact surface between the well and the oilfield; the Greek letter  that represents how viscous the oil is and the last term, dP/dL which is the pressure difference between where the oil exists and the actual well. Horizontal wells mean that A is increased and the production rate can be greater. One can increase the pressure difference by pumping water into the oil-bearing rock but if the pressure is too high then the water will force its way past the oil to the well. Thus, we see a future in which the laws of physics ultimately determine the rate of oil flow and production.



(Slides 27-30) Now we have come to deepwater oil production. “Deepwater” means production at depths of over 500 metres. First I show the technological development that has occurred over recent years. The most developed area of deepwater production is the Gulf of Mexico where the production rate has already plateaued.
(Slide 31, 32) There is particular terminology used by the oil industry and this can be confusing especially when one discusses reserves. Economists often spend their time discussing P1 reserves while oil engineers discuss 2P reserves. “Recovery Factor” means that fraction of the oil resource that can be produced. Over time, technology can increase recovery factors somewhat.



(Slides 33-36) If one had conventional and unconventional oil reserves of the same size one would find it much more difficult to obtain a flow rate from the unconventional reserve equaling that from the conventional reserve. Canada’s oil sands are a good example. In Peeking at Peak Oil I have calculated how much greater a level of oil production we can expect from Canada’s oil sands compared to today. This calculation should be regarded as optimistic. In the article “Peak of the Oil Age” three scenarios are presented where a rapid expansion of oil sand and other production activities can give increasing world oil production up until 2014. Naturally, we might also see a prolonged plateau of production from the oil sands resource. Closer to 2030 we see a world oil production rate of between 70 and 75 Mb/d for the three scenarios.



(Slides 37-39) The world can be divided up into nations that export oil and those that import it. The largest flow of exported oil comes from the Middle East. In Figure 39 we see that the volume of world oil exports was greatest in 2005 and it has since declined while, simultaneously, India, China and other nations in south-east Asia have increased their oil imports. In future, the OECD nations will have difficulty since their access to the world’s exported oil will decrease.
(Slides 40-51) These slides discuss the IPCC’s carbon dioxide emissions scenarios from 2000. We see that Peak Oil & Gas together with Peak Coal mean that most of the scenarios for emissions from fossil fuels are not possible. Therefore, it is time to change our focus from carbon dioxide emissions to future energy shortages.



(Slide 52) If one takes all the fossil fuel reserves reported in the BP Statistical Review of World Energy and converts these reserves into carbon dioxide one can see which nations of the world have the greatest potential to release CO2. If we add together the emissions from the 15 largest emitters then this equals 85% of all possible future emissions. One realizes immediately that the greatest issue for future emissions of CO2 is coal production. Coal is used mainly as a fuel in electricity generation for so-called “baseload” power.



(Slide 53) Here the possible futures are summarised as seen from various viewpoints. Economists see increased energy consumption providing for continued economic growth. Environmental concerns mean that fossil energy will decrease by half or disappear. However, around 30% of fossil fuel production is used to produce food for the world’s population that is growing. The renewable’s share of world energy production (including hydroelectric power) is currently quite small. It is unrealistic to imagine growth of renewable energy by more than 7% per year. The future is complex.


(Slide 54) The time for taking action on Peak Oil is running out.
(Slides 55, 56, 57) Thanks to Olle, Michael and my students.

Source : http://www.peakoil.net/headline-news/aspo-conference-2012-10-years-of-aspo-1

quarta-feira, 3 de outubro de 2012

Fundamental Neuroscience, 4th Edition

http://store.elsevier.com/Fundamental-Neuroscience/isbn-9780123858702/

The ideal textbook for graduate and advanced undergraduate students in neuroscience and neurobiology, edited and authored by the foremost leaders in the field, with comprehensive coverage of systems neuroscience.

Key Features
30% new material including new chapters on Dendritic Development and Spine Morphogenesis, Chemical Senses, Cerebellum, Eye Movements, Circadian Timing, Sleep and Dreaming, and Consciousness
Accompanying website for students and instructors at www.elsevierdirect.com/companions/9780123858702
Additional text boxes describing key experiments, disorders, methods, and concepts
More than 650 four-color illustrations, micrographs, and neuroimages
Multiple model system coverage beyond rats, mice, and monkeys
Extensively expanded index for easier referencing

Description
The fourth edition of Fundamental Neuroscience reinvents itself as an engrossing and comprehensive presentation of the discipline of neuroscience, from molecules to cognition. Thorough but succinct, and lavishly illustrated, the book builds from an introductory section that includes fundamental neuroanatomy and goes on to cover cellular and molecular neuroscience, development, sensory systems, motor systems, regulatory systems, and behavioral and cognitive neuroscience. The book has been retooled to better serve its audience in the neuroscience and medical communities.
The chapters include more than 100 boxes describing clinical conditions, techniques, and other special topics. Each chapter went through a thorough review process, giving the book an evenness of tone. The chapters are authored by outstanding working scientists who are experts on the topics they cover.

Readership
Graduate students in neuroscience, neuroanatomy and neurophysiology, and neurobiology. The secondary market for this book is researchers in neuroscience primarily, but also in the related fields of psychology, cell biology, molecular biology, genetics and any other areas of science with cross over into neuroscience research.

Democracy Incorporated : Managed Democracy and the Specter of Inverted Totalitarianism


Democracy Incorporated : Managed Democracy and the Specter of Inverted Totalitarianism

http://press.princeton.edu/titles/8606.html
Democracy is struggling in America--by now this statement is almost cliché. But what if the country is no longer a democracy at all? In Democracy Incorporated, Sheldon Wolin considers the unthinkable: has America unwittingly morphed into a new and strange kind of political hybrid, one where economic and state powers are conjoined and virtually unbridled? Can the nation check its descent into what the author terms "inverted totalitarianism"?

Wolin portrays a country where citizens are politically uninterested and submissive--and where elites are eager to keep them that way. At best the nation has become a "managed democracy" where the public is shepherded, not sovereign. At worst it is a place where corporate power no longer answers to state controls. Wolin makes clear that today's America is in no way morally or politically comparable to totalitarian states like Nazi Germany, yet he warns that unchecked economic power risks verging on total power and has its own unnerving pathologies. Wolin examines the myths and mythmaking that justify today's politics, the quest for an ever-expanding economy, and the perverse attractions of an endless war on terror. He argues passionately that democracy's best hope lies in citizens themselves learning anew to exercise power at the local level.

Democracy Incorporated is one of the most worrying diagnoses of America's political ills to emerge in decades. It is sure to be a lightning rod for political debate for years to come.

Sheldon S. Wolin, born in 1922, is Emeritus Professor of Politics at Princeton University. He taught political theory for 40 years at Oberlin College, the Universities of California, Berkeley, Santa Cruz, and Los Angeles, Princeton University, Cornell University, and Oxford University.

He was the founding editor of the Journal of Democracy and a former regular contributor to The New York Review of Books. His books include Politics and Vision: Continuity and Innovation in Western Thought [1960] and Tocqueville between Two Worlds [2001]. Wolin’s propheticism about U.S. political life seeks to recognize the fugitive character of democracy in order to retain its reformative power, encouraging local and particular modes of political participation which can resist the totalizing tendencies of statist power.

His newest book, Democracy Incorporated: Managed Democracy and the Specter of Inverted Totalitarianism, is a devastating critique of the contemporary government of the United States—including what has happened to it in recent years and what must be done if it is not to disappear into history along with its classic totalitarian predecessors: Fascist Italy, Nazi Germany and Bolshevik Russia. “With his fundamental grasp of political theory and restless spirit to get at the essence of what threatens modern democracy,” Rakesh Khurana writes, “Wolin demonstrates that the threats to our democratic traditions and institutions are not always from outside, but may come from within.”

The Wealth of the Commons - A world beyond market & state

http://www.wealthofthecommons.org/
A new collection of 73 essays that describe the enormous potential of the commons in conceptualizing and building a better future, edited by David Bollier and Silke Helfrich.

We are poised between an old world that no longer works and a new one struggling to be born. Surrounded by centralized hierarchies on the one hand and predatory markets on the other, people around the world are searching for alternatives. The Wealth of the Commons explains how millions of commoners have organized to defend their forests and fisheries, reinvent local food systems, organize productive online communities, reclaim public spaces, improve environmental stewardship and re-imagine the very meaning of “progress” and governance. In short: how they’ve built their commons.

In 73 timely essays by a remarkable international roster of activists, academics and project leaders, this book chronicles ongoing struggles against the private commoditization of shared resources – often known as “market enclosures” – while documenting the immense generative power of the commons.  The Wealth of the Commons is about history, political change, public policy and cultural transformation on a global scale – but most of all, it’s about commoners taking charge of their lives and their endangered resources. It’s about common people doing uncommon things.

quinta-feira, 27 de setembro de 2012

Nature's Matrix : Linking Agriculture, Conservation and Food Sovereignty

http://www.routledge.com/books/details/9781844077823/

Landscapes are frequently seen as fragments of natural habitat surrounded by a 'sea' of agriculture. But recent ecological theory shows that the nature of these fragments is not nearly as important for conservation as is the nature of the matrix of agriculture that surrounds them. Local extinctions from conservation fragments are inevitable and must be balanced by migrations if massive extinction is to be avoided. High migration rates only occur in what the authors refer to as 'high quality' matrices, which are created by alternative agroecological techniques, as opposed to the industrial monocultural model of agriculture. The authors argue that the only way to promote such high quality matrices is to work with rural social movements. Their ideas are at odds with the major trends of some of the large conservation organizations that emphasize targeted land purchases of protected areas. They argue that recent advances in ecological research make such a general approach anachronistic and call, rather, for solidarity with the small farmers around the world who are currently struggling to attain food sovereignty. Nature's Matrix proposes a radically new approach to the conservation of biodiversity based on recent advances in the science of ecology plus political realities, particularly in the world's tropical regions.

Ivette Perfecto is Professor of Natural Resources at the University of Michigan. John Vandermeer is Asa Gray University Professor in the Department of Ecology and Evolutionary Biology, University of Michigan. Angus Wright is Emeritus Professor of Environmental Studies at California State University Sacramento.

terça-feira, 25 de setembro de 2012

Days of Destruction, Days of Revolt by Chris Hedges, Joe Sacco

http://www.perseusbooksgroup.com/perseus/book_detail.jsp?isbn=1568586434

Two years ago, Pulitzer Prize winner Chris Hedges and award-winning cartoonist and journalist Joe Sacco set out to take a look at the sacrifice zones, those areas in America that have been offered up for exploitation in the name of profit, progress, and technological advancement. They wanted to show in words and drawings what life looks like in places where the marketplace rules without constraints, where human beings and the natural world are used and then discarded to maximize profit. Days of Destruction, Days of Revolt is the searing account of their travels. The book starts in the western plains, where Native Americans were sacrificed in the giddy race for land and empire. It moves to the old manufacturing centers and coal fields that fueled the industrial revolution, but now lie depleted and in decay. It follows the steady downward spiral of American labor into the nation's produce fields and ends in Zuccotti Park where a new generation revolts against a corporate state that has handed to the young an economic, political, cultural and environmental catastrophe.

domingo, 23 de setembro de 2012

Leonard Mlodinow - Subliminal : How Your Unconscious Mind Rules Your Behavior

http://www.randomhouse.com/book/115698/subliminal-by-leonard-mlodinow

Leonard Mlodinow, the best-selling author of The Drunkard’s Walk and coauthor of The Grand Design (with Stephen Hawking), gives us a startling and eye-opening examination of how the unconscious mind shapes our experience of the world and how, for instance, we often misperceive our relationships with family, friends, and business associates, misunderstand the reasons for our investment decisions, and misremember important events.

Your preference in politicians, the amount you tip your waiter—all judgments and perceptions reflect the workings of our mind on two levels: the conscious, of which we are aware, and the unconscious, which is hidden from us. The latter has long been the subject of speculation, but over the past two decades researchers have developed remarkable new tools for probing the hidden, or subliminal, workings of the mind. The result of this explosion of research is a new science of the unconscious and a sea change in our understanding of how the subliminal mind affects the way we live.

Employing his trademark wit and lucid, accessible explanations of the most obscure scientific subjects, Leonard Mlodinow takes us on a tour of this research, unraveling the complexities of the subliminal self and increasing our understanding of how the human mind works and how we interact with friends, strangers, spouses, and coworkers. In the process he changes our view of ourselves and the world around us.

Ted Trainer : Education under Consumer-Capitalism, and The Simpler Way Alternative

Ted Trainer has just published a new Simplicity Institute Report, addressing the question, “What is Education?” He’s provided a short summary below and the full essay is available here.

In consumer society “education” is essentially about reproducing consumer society -providing workers who are skilled, disciplined, diligent, obedient, competitive, status-oriented and determined to achieve rewards for work and high “living standards.” Schools are riddled with authoritarian relations, exams and grades, compulsion, rank, and credentials. Competent and reliable workers and technocrats are produced, along with “citizens” who do what the are told, focus on their own individual welfare, compete and see competition as normal and desirable, believe bigger rewards should go to winners, and who are not very interested in cooperating, helping, the welfare of the weakest, justice, or the public good.

In such conditions not much Education takes place, and it would be surprising if it did. But schools are not there to Educate, they are there to train, and they do this well. If we saw education as being about increasing the individual’s capacity and desire to understand the world, to make more sense of experience, to become a wiser and nicer and better person, a critical thinker, more compassionate and socially responsible and an eager and insatiable learner, then we would scrap schooling as we know it today.

There is in other words a head-on contradiction between the conditions and experiences needed to reproduce consumer-capitalist society and those necessary for Education. If our top priority is to produce the workers and citizens with the dispositions needed to staff consumer society then we should accept schools more or less as they are. If on the other hand our concern is to Educate then we can’t do that unless we develop a very different kind of society.

The Simpler Way enables and requires Education. It cannot function satisfactorily without people who are thoughtful, socially responsible, critical, cooperative, collectivist, and concerned for the welfare of others, and above all interested in learning, thinking and becoming wiser. The Simpler Way gives us the time to learn and think and discuss, because it requires little time working in offices and factories. It surrounds us with people, institutions, processes and landscapes, that involve us in thinking, mutual assistance, community welfare, critical thinking, research and learning.

Source : http://simplicitycollective.com/education-under-consumer-captialism-and-the-simpler-way-alternative

segunda-feira, 17 de setembro de 2012

Yayo Herrero : Con los ojos abiertos. Una mirada para cambiar de disco

Dice Jorge Riechmann en un poema titulado Con los ojos abiertos:

“Quiero ver todo lo que va a venir (…) quiero estar en la calle / dentro del laberinto / amaestrando el hambre y la angustia / sin ovillo de hilo y con los ojos abiertos”.

Mirar lo que nos está viniendo en los últimos meses no es fácil. La ofensiva neoliberal sobre todos los aspectos que afectan a la vida de las personas es brutal. En apenas unas semanas vemos desintegrarse delante de nosotras una buena parte de las conquistas sociales que ha costado siglos construir.

Los llamados recortes sociales son verdaderas amputaciones de las condiciones básicas de humanidad. Es la destrucción de los resquicios de reciprocidad, de los escasos retazos de solidaridad que permiten que seamos sociedad.

Mirar dónde estamos hoy es realizar un imprescindible ejercicio de amargura. Imprescindible, porque sin realizarlo, no es posible atisbar las pautas que nos permitan establecer salidas viables, porque sin abarcar la magnitud de la devastación no es posible acumular la fuerza necesaria para resistir y construir.

Con los ojos abiertos y mirando desde diferentes rincones podemos construir un relato que nos permita entender por qué vivimos en un mundo que le ha declarado la guerra a la vida y quiénes son los que han dado la orden de abrir fuego.

Para ello, es preciso salir de la respuesta a cada golpe concreto y tratar de comprender globalmente qué está pasando. Confrontar con cada medida neoliberal concreta es difícil. Este sistema necesita un órdago, ya no valen pequeñas victorias parciales, aunque no hay que despreciarlas.

Volver a las preguntas básicas. ¿Quiénes somos? ¿Qué sostiene nuestra vida? ¿Qué necesitamos? ¿Cómo podemos producirlo para todos y todas? ¿Cómo nos organizamos?

Mirar con nuestros propios ojos dónde queremos y podemos estar es un ejercicio de esperanza porque no es cierto que no haya alternativas, sólo nos falta construir poder colectivo para construirlas y para parar a ese 1% que sacrifica todo lo vivo en los altares de la acumulación.

SOMOS EN UN MUNDO CON LÍMITES Y RESTRICCIONES

Si nos preguntamos de qué depende la vida humana, nos encontramos de inmediato con dos importantes dependencias materiales.

En primer lugar, dependemos de la naturaleza. Somos parte de la naturaleza. Respiramos, nos alimentamos, excretamos y somos en la naturaleza. Sin embargo, las sociedades occidentales son prácticamente las únicas que establecen una ruptura radical entre naturaleza y cultura; son las únicas que elevan una pared entre las personas y el resto del mundo vivo.

Comprender la cultura y la naturaleza en términos de opuestos impide comprender que destruir o alterar de forma significativa la dinámica que regula lo vivo, pone en riesgo la vida humana.

La dependencia ecológica nos sume de lleno en el problema de los límites. Vivimos en un mundo que tiene límites ecológicos. Aquello que es no renovable tiene su límite en la cantidad disponible, ya sean los minerales o la energía fósil. Pero incluso aquello renovable también tiene límites ligados a la velocidad de regeneración. El ciclo del agua, por ejemplo, no se regenera a la velocidad que precisaría un metabolismo urbano-agro-industrial enloquecido. Se renueva a la velocidad que los miles de millones de años de evolución natural han determinado. Tampoco la fertilidad de un suelo se regenera a la velocidad que quiere el capitalismo global; se regenera al ritmo marcado por los ciclos de la naturaleza.

En estos momentos el metabolismo económico ha superado totalmente los límites del planeta. Hoy, ya no nos sostenemos globalmente sobre la riqueza que la naturaleza es capaz de regenerar, sino que directamente se están menoscabando los bienes fondo que permiten esa regeneración.

En cuanto a la segunda dependencia humana, hay que decir que somos seres profundamente interdependientes. Desde el nacimiento hasta la muerte las personas dependemos materialmente de tiempo que otras nos dedican. Somos seres encarnados en cuerpos vulnerables que se enferman y envejecen y la supervivencia en soledad es sencillamente imposible. Dice Santiago Alba en El naufragio del hombre, que hasta para amarse a sí mismas las personas necesitan hacerlo a través de una instancia colectiva, de una comunidad social, política y cultural elaborada mediante una acción compartida.

En términos de vida humana, los límites los marca nuestro cuerpo, contingente y finito. El sistema capitalista vive de espaldas a este hecho y considera el cuerpo como una mercancía más. “Siempre tiene que estar nuevo y flamante” (Alba, 2010). Y si no se asume la vulnerabilidad de la carne y la contingencia de la vida humana, mucho menos se reconocen aquellos trabajos que se ocupan de atender a los cuerpos vulnerables, realizados mayoritariamente por mujeres. No porque estén mejor dotadas genéticamente para hacerlos, sino por el rol que les impone el patriarcado en la división sexual del trabajo.

El sistema capitalista y la ideología neoliberal viven de espaldas a ambos tipos de dependencias e ignoran los límites o constricciones que éstas imponen a las sociedades. Operan como si la economía flotase por encima de los cuerpos y los territorios sin depender de ellos y sin que sus límites les afecten. La economía feminista señala que existe una honda contradicción entre la reproducción natural y social y el proceso de acumulación de capital (Piccio, 1992).

Compatibilizar la reproducción social y el mantenimiento de la vida con la acumulación creciente ha sido difícil siempre, el movimiento obrero, el ecologismo y el feminismo pueden dar testimonio de ello, pero cuando hablamos de un planeta parcialmente devastado y de una cantidad creciente de personas que son residuos para el sistema, es ya imposible. Ambas prioridades no pueden convivir a la vez. Si los mercados no tienen como principal objetivo satisfacer las necesidades humanas, no tiene sentido que se conviertan en el centro privilegiado de la organización social.

A partir de esta crisis económico-financiera que estallaba en 2007 y que mostraba los burdos costurones que sostienen ese sistema que se autopresenta como infalible y ante el que no hay alternativa, estamos viviendo la aplicación de lo que Naomi Klein denominaba hace unos años la Doctrina del Shock. Una aplicación que hasta ese momento sólo habíamos visto a través de las pantallas y en otros países pensando que eso nunca se iba a producir en medio de la civilizada Europa.

Las sociedades supuestamente democráticas están recibiendo una serie de golpes tan brutales y rápidos, están encarando unos hechos tan terribles, que las personas se aturden y no son capaces de calibrar el alcance de lo que está sucediendo. Ante esta pérdida del relato, de la mínima racionalidad con que comprendemos lo que pasa, el capitalismo se aprovecha para tratar de quebrar todo aquello que le pone algún tipo de freno, incluida la capacidad de construir una explicación y un proyecto alternativo.

UN GOLPE DE ESTADO GLOBAL

La forma actual que ha tomado el capitalismo es diferente de los modelos clásicos de producción y distribución que tenía el capitalismo clásico y desbarata todo lo que se había definido como estado social.

El hecho de que el sistema financiero ofrezca mayores rentabilidades a los capitalistas que el sistema productivo ha convertido la economía en un proceso loco en el que lo único que importa es producir capital para producir más capital. “Lo de menos es si por el camino se resuelven algunas necesidades” (Fernández Liria, 2010).

El capitalismo clásico ignoraba los límites ecológicos y la dependencia de los trabajos no remunerados en los hogares, pero esta nueva dimensión sigue ignorando las mismas cosas y ha ahondado y acelerado vertiginosamente el proceso de destrucción.

Si miramos lo que está pasando, nos encontramos con una situación francamente inquietante. En apenas un año, hemos visto volatilizarse muchos de los elementos constitutivos del estado de derecho.

Después del estallido financiero lo que se produce es una ruptura en el proceso de acumulación y de valorización de capital en los circuitos financieros. Era una crisis fundamentalmente del capital. Es la presión de los mercados ante su crisis la que obliga a poner en marcha una serie de políticas que permitieran regenerar rápidamente las tasas de ganancia. Y son estas políticas de recuperación de la ganancia las que implican un ataque masivo a las condiciones de vida. Tal y como señala Amaia Pérez Orozco, se colectivizan los riesgos para el capital, mientras que se recluyen, se privatizan en los hogares los riesgos para la vida.

Los golpes se suceden velozmente y como dice, hasta con un toque de chulería, el presidente de gobierno “cada viernes habrá nuevos recortes”. Apenas somos capaces de darnos cuenta de cuánto perdemos en esta sucesión de declaraciones que abren decenas de frentes en los que manifestarse y resistir.

Fue premonitoria aquella Directiva de la Vergüenza que permitía recluir a las personas migrantes que no tuvieran papeles. Hemos visto aterrados cómo deja sin atención sanitaria a 150.000 personas migrantes, cómo se pretende que aquellos jóvenes de más de 26 años que no hayan cotizado tampoco tendrán derecho a sanidad pública.

Se ha dinamitado la negociación colectiva y cada persona que trabaja debe negociar individualmente con la persona que le emplea. Con esto se rompe una de las mayores conquistas que habían logrado las luchas obreras.

Hemos visto cómo en Grecia o Italia han llegado a los gobiernos tecnócratas de Goldman Sachs que han entrado por la puerta de atrás. Sin ni siquiera participar en la parte más ceremonial de la democracia.

Se esgrimen criterios de austeridad (en realidad una llamada a la resignación ante el expolio) y se culpabiliza a una sociedad “que vivió por encima de sus posibilidades”. Se aprovecha para recuperar un añejo discurso de la domesticidad y el feminismo y el derecho a decidir sobre el propio cuerpo, se convierten en movimientos e ideas a criminalizar.

Entidades como las Agencias de Rating, privadas y fuera de cualquier control democrático, califican, basándose en criterios oscuros, el riesgo o solvencia de un país. La deuda de un estado pasa de solvente a insolvente de un día para otro y se convierte en un elemento de especulación.

Que se reforme la Ley Laboral, se recorte la ya raquítica Ley de Dependencia, que suban las tasas universitarias o se deteriore la calidad de la educación pública, depende de una esotérica prima de riesgo cuyo designio escapa al control de ningún gobierno democrático.

Muchas de las medidas anteriores se han tomado con la excusa de crear empleo, pero el hecho real es que el número de personas paradas no deja de crecer y se percibe la aparición de mecanismos de “luchas entre pobres”: personas precarias o paradas perciben como privilegiadas a aquellas que todavía tienen un contrato decente y un salario digno.

Y por si alguien pretende oponerse a estas medidas brutales, también se pretende modificar el Código Penal, de modo que la resistencia pacífica, la huelga o la protesta se conviertan en delito. Se trata de que tengamos miedo de confrontar y de que nos tengamos miedo entre nosotros, de crear la idea del “otro” violento que impida sumar poder colectivo. Parece que, como dice Fernández Liria, “para dar libertad al dinero hay que encarcelar a la gente”.

LOS ELEMENTOS INVISIBLES DE LA CRISIS

Debajo de la crisis financiera se ocultan varias dimensiones de la crisis que son estructurales y que deben estar presentes en los análisis si queremos hacer propuestas viables. Vamos a referirnos de una forma muy somera a la crisis ecológica y a la crisis de cuidados.

LA CRISIS ECOLÓGICA

En el plano ecológico, podría decirse que también se ha dado un golpe de estado en la Biosfera. Los ecosistemas han sido condenados a trabajos forzados al servicio, no del mantenimiento de la vida, sino de la acumulación.

Nos encontramos en primer lugar con la crisis energética. Incluso instituciones perfectamente alineadas con el sistema como la Agencia Internacional de la Energía (AIE) reconoce que en 2006 se alcanzó lo que se denomina el pico del petróleo, ese momento en el que se han extraído la mitad de las reservas existentes de petróleo convencional. A partir de ese momento cada año se ha venido extrayendo un 6% menos que el año anterior.

¿Qué implicaciones tiene que se esté agotando el petróleo en un mundo que podría decirse que “come” petróleo? Obviamente las consecuencias son de una dimensión enorme.

Los países denominados enriquecidos han perdido su soberanía energética. Son absolutamente dependientes de las materias primas que vienen de terceros países. Si se pusieran fronteras a las materias primas del mismo modo que se le ponen a las personas migrantes, nos encontraríamos con que las economías ricas no aguantarían mucho tiempo, porque aquello de lo que nos alimentamos, lo que sostiene nuestro sistema de distribución de bienes y servicios, las canalizaciones de suministros básicos, lo que nos viste, lo que nos mueve, depende del petróleo y viene de fuera.

Pensemos, por ejemplo, en una ciudad como Madrid, donde no se produce absolutamente nada que sirva para estar vivo, donde todo lo que necesitamos entra en la ciudad en camiones o a través de canales. Las personas recorren cada día decenas de kilómetros para ir a trabajar, a cuidar a sus familiares, o hacer la compra. Hay personas, incluso, que van y vienen todos los días desde Toledo, Cuenca o Valladolid... El sistema de movilidad es una absoluta locura que funciona sólo porque existe energía fósil barata.

Ante esta hecatombe, resurge el sueño nuclear. A parte de la peligrosidad de las instalaciones de producción de energía nuclear y los residuos que se generan y que continúan siendo peligrosos varios miles de años después, existe otro problema estructural. La energía nuclear depende del uranio, otro recurso no renovable. El pico del uranio está calculado para dentro 50-60 años, aunque algunos sectores más optimistas hablan de la existencia de reservas para 200 años, en ambos casos al ritmo de consumo actual. Huelga decir que si actualmente la producción de energía nuclear satisface aproximadamente el 2% del consumo energético, aumentar hasta un inimaginable 20% supondría en el caso de la previsión más optimista el colapso por inanición de combustible de las centrales nucleares en 20 años. Eso sí, después de haber dejado el planeta lleno de centrales peligrosas y de residuos que deberían ser gestionados los próximos milenios.

¿Qué nos queda entonces? Nos quedan las energías renovables y limpias, esas a las que el gobierno español les ha aplicado una moratoria.

Las renovables pueden dar satisfacción a las necesidades humanas, pero no con los niveles de consumo que tenemos hoy, y menos en el marco de sociedades que pretendan seguir creciendo. Basar la vida en la energía renovable y limpia no da para vuelos low-cost, no da para consumos individualizados y generalizados, por ejemplo, de aire acondicionado, no da para un uso generalizado de coche privado, no da para comer carne todos los días de la semana... Da para mantener niveles de vida dignos, pero mucho más austeros en lo material.

Es decir, que tenemos un problema estructural bastante gravey los gobiernos de momento parece que no tienen ningún plan B. Y lo único que sugieren es una huida hacia delante.

Un segundo problema ecológico central es el Cambio Climático, que ha desaparecido de las agendas políticas y mediáticas. El calentamiento global que causa un metabolismo agro-urbano-industrial sostenido sobre las energías fósiles está provocando una alteración global de los regímenes de precipitaciones (cantidad de lluvias, distribución, fenómenos catastróficos), de las dinámicas de las aguas marinas (nivel, temperatura, corrientes), de las interacciones que se dan en los ecosistemas, además de una diferente distribución de tierras y mares por el ascenso del nivel del mar.

La subida rápida de la temperatura media del planeta influye en los ciclos de vida de muchos animales y plantas que, sin tiempo para la readaptación, serán incapaces de alimentarse o de reproducirse. También supone la reaparición de enfermedades ya erradicadas de determinadas latitudes. La alteración del régimen de lluvias implica sequías y lluvias torrenciales que dificultan gravemente la supervivencia de las poblaciones que practican la agricultura y ganadería de subsistencia. El deshielo de los polos derivará en la inundación progresiva de las costas y la pérdida de hábitat de sus pobladores. La reducción de las poblaciones de determinadas especies animales y vegetales repercute en la supervivencia de otras especies dependientes de estas, y la cadena de interdependencias arrastra a todo su ecosistema. Estos cambios dificultan la producción de alimentos para los seres humanos.

De no reducir de una forma significativa las emisiones de gases de efecto invernadero la situación puede ser dramática. Pero una reducción significativa de emisiones en los países más ricos, que son los que más emiten y mayor responsabilidad histórica tienen, significa un cambio importante en los modos de producción, las tasas de ganancia, el consumo, el comercio y la movilidad en estos países. No es de extrañar que al mismo tiempo que los países pertenecientes a la Unión Europea aprueban drásticos recortes sociales para transferir riqueza de las personas a los capitalistas, en la Cumbre del Clima de Durban, los países más contaminantes se negasen a reducir sus emisiones, aunque eso ponga en una situación tremendamente vulnerable a muchas personas en los países de la periferia.

El panorama de deterioro global se completa si añadimos el aumento de incertidumbre que suponen la proliferación de la industria nuclear, la comercialización de miles de nuevos productos químicos al entorno que interfieren con los intercambios químicos que regulan los sistemas vivos, la liberación de organismos genéticamente modificados cuyos efectos nocivos cada vez están más documentados o la experimentación en biotecnología y nanotecnología cuyas consecuencias se desconocen.

La crisis ecológica también tiene su expresión en el ámbito social. El sistema económico basado en el crecimiento continuado se ha mostrado incapaz de satisfacer las necesidades vitales de la mayoría de la población. Hasta el presente los sectores sociales con más poder y más favorecidos han podido superar los límites de sus propios territorios recurriendo a la importación de biodiversidad y “servicios ambientales” de otras zonas del mundo poco degradadas y con abundancia de recursos. Pero esto está dejando de ser así, y estas áreas también se comienzan a deteriorar, agravando la situación de las poblaciones más empobrecidas del mundo que llevan ya décadas sufriendo esta guerra ambiental encubierta.

Son más conocidos los datos que muestran las enormes desigualdades sociales entre el centro y la periferia en términos de renta. Pero las diferencias en términos físicos son también enormes.

La sexta parte de la población mundial, principalmente ubicada en los países enriquecidos, consume el 80% de los recursos disponibles, mientras que los 5/6 restantes utilizan el 20% restante de los recursos.

Según el informe Planeta Vivo (WWF, 2010: 38-39), se calcula que a cada persona le corresponden alrededor 1,8 hectáreas globales de terrenos productivos por persona. Pues bien, la media de consumo mundial supera las 2,2 hectáreas y este consumo no es homogéneo. Mientras que en muchos países del Sur no se llega a las 0,9 hectáreas, la ciudadanía de Estados Unidos consume en promedio 8,2 has per capita, la canadiense 6,5, y la española unas 5,5 hectáreas.

Si toda la población del planeta utilizase los recursos naturales y los sumideros de residuos como la media de una persona española, harían falta más de tres planetas para poder sostener ese estilo de vida. Es la tónica de cualquier país desarrollado y pone de manifiesto la inviabilidad física de extender este modelo a todo el mundo.

El deterioro ambiental impacta de lleno en las comunidades humanas y sus modos de vida. En todos los lugares del mundo la irracional y creciente explotación de los recursos naturales no sólo da origen a problemas ambientales, sino también a numerosos y gravísimos conflictos sociales que Martínez Alier (2004) ha caracterizado como conflictos ecológico distributivos.

Los impactos físicos y sociales de estos conflictos han conducido a acuñar el concepto de deuda ecológica (Martínez Alier, 2004) para reflejar la desigual apropiación de recursos naturales, territorio y sumideros por parte de los países enriquecidos. Estos países habrían contraído una deuda física con los países empobrecidos al superar las capacidades de sus propios territorios y utilizar el resto del mundo como mina y vertedero.

LA CRISIS DE CUIDADOS

Del mismo modo que los materiales de la corteza terrestre son limitados y que la capacidad de los sumideros para absorber residuos no es infinita, los tiempos de las personas para trabajar tampoco lo son. Si la ignorancia de los límites biofísicos del planeta ha conducido a la profunda crisis ecológica que afrontamos, la ignorancia de la interdependencia a la que hacíamos referencia al comienzo de este texto y los cambios en la organización de los tiempos que aseguraban la atención a las necesidades humanas y la reproducción social, también ha provocado lo que se ha denominado “crisis de los cuidados”.

Por crisis de los cuidados entendemos “el proceso de desestabilización de un modelo previo de reparto de responsabilidades sobre los cuidados y la sostenibilidad de la vida, que conlleva una redistribución de las mismas y una reorganización de los trabajos de cuidados” (Pérez Orozco, 2007: 3 y 4).

En primer lugar destaca el acceso de las mujeres al empleo remunerado dentro de un sistema patriarcal. La posibilidad de que las mujeres sean sujetos políticos de derecho se percibe como algo vinculado a la consecución de independencia económica a través del empleo. Sin embargo, el trabajo doméstico no es un trabajo que pueda dejar de hacerse y el paso de las mujeres al mundo público del empleo no se ha visto acompañado por una asunción equitativa del trabajo doméstico por parte de los varones.

Dado que es un trabajo del que depende el bienestar de muchas personas y que no puede dejar de hacerse, y que los hombres no se responsabilizan de él, las mujeres acaban asumiendo dobles o triples jornadas y ajustando las tensiones de un sistema económico que se aprovecha de ese trabajo, pero que no lo reconoce.

El envejecimiento de la población, la destrucción de espacios públicos para el juego y la necesidad de supervisar el juego en la calle, las transformaciones urbanísticas y el crecimiento desbocado de las ciudades; la precariedad laboral que obliga a plegarse a los ritmos y horarios que impone la empresa y la pérdida de redes sociales y vecinales de apoyo, ha agravado las tensiones entre el mundo público de los mercados y el mundo privado de los hogares cara a gestionar el bienestar cotidiano y a resolver los problemas de reproducción social.

Los recortes sociales que estamos viviendo agravan enormemente esa situación.

Cuando el gobierno decide recortar en sanidad, congelar las dotaciones de la ley de dependencia, recortar los salarios, favorecer el despido, permitir los desahucios...

¿Dónde recaen las consecuencias de esos recortes? Aquello que los servicios públicos dejan de cubrir y que corresponde a necesidades vitales, de vivienda, de cuidados, de salud, etc., cae de lleno en los hogares. Y en los hogares nos encontramos con las corporaciones del patriarcado, que son las familias. En las familias patriarcales son las mujeres quienes asumen mayoritariamente las tensiones y una buena parte de los recortes que se están produciendo en estos momentos. No es casualidad, que cuando lo que ha aumentado fundamentalmente, sobre todo al principio del estallido de la crisis, es el paro masculino, las encuestas de uso del tiempo muestren que con los maridos en casa, el tiempo de trabajo doméstico de las mujeres aumenta. Los hombres se quedan parados pero no asumen el trabajo del hogar y son ellas las que cargan con la mayor parte de las tensiones que provoca la precariedad vital.

ALGUNAS CLAVES PARA ORIENTAR BIEN EL CAMINO

El ejercicio de amargura que hemos realizado nos muestra un escenario en el que el proceso emancipador y la transformación social no es fácil, pero también nos muestra caminos que, a nuestro juicio, son imprescindibles para orientar la acción.

CON LAS REGLAS DE JUEGO DEL CAPITALISMO NO HAY SOLUCIÓN...

Estamos atrapados en un sistema que cuando crece devasta y cuando no crece, también. No tenemos más que ver lo que pasó entre 1994 y 2007, el período de crecimiento económico. En ese período de euforia económica los salarios descendieron una media de un 15%. No en todos los sectores se perdió, pero en términos de media los salarios descendieron.

En 1994 de cada 100 euros, hablamos de media, que recibía una persona remunerada, estaba endeudada por valor de 60. Después del período dorado, cuando en 2007 explota la burbuja inmobiliaria nos encontramos con el panorama que describimos a continuación:

De cada 100 euros que tenía una persona remunerada, estaba endeudada por valor de 140. El litoral español estaba mayoritariamente cementado y “adornado” con unas casas que tienen un nivel de ocupación medio de 22 días al año. Ese proceso urbanizador ha destruido la costa irreversiblemente, y salvo que se demuela y se deje pasar mucho tiempo la costa no tiene arreglo; se han construido aeropuertos que no se usan y hacen perder dinero; trenes de alta velocidad que no pueden alcanzar la velocidad máxima porque la distancia entre las estaciones no lo permite y que tienen una fluencia escasísima; se han instalado campos de golf en zonas de fuertes sequías, justo en uno de los países a los que el Cambio Climático le va a afectar más la disponibilidad de agua; el modelo orientado a la construcción masiva de segundas residencias que iban a generar tantos puestos de empleo ha sido un fiasco y es precisamente en las regiones que abrazaron ese dogma con más fe en donde el paro azota con más virulencia...

Es decir, le hemos llamado crecimiento económico y progreso a un proceso que en realidad ha sido de expolio, de apropiación de los ahorros que tenían las personas y de dejarlas endeudadas los próximos 40 años. La sociedad supuestamente beneficiada de este crecimiento alimentaba la ilusión de sentirse inversionista. La gente se endeudaba para los próximos 40 años y se creía que invertía, cuando en realidad una minoría invertía y ha salido muy reforzada de esta crisis, y el resto lo que hacía era endeudarse, desclasarse y convertirse en esclavos.

Por tanto, nuestro sistema cuando crece, destruye, en lo social y en lo ambiental.

Pero este sistema cuando no crece también devasta. Y ahora cuando se desploma todo el sistema económico, esas personas endeudadas y muchas de ellas sin empleo, quedan en una situación absolutamente vulnerable en lo material y profundamente aturdidas y desorientadas porque no entienden nada de lo que está pasando.

Por tanto, desde nuestra perspectiva, el primer elemento que debe orientar la reflexión es que las soluciones no las vamos a encontrar dentro de este sistema. En un sistema que si crece, destruye; y si no crece, también. El 15 M lo expresaba bien cuando en las pancartas decían: “Ni cara A, ni cara B. Queremos cambiar de disco”.

El capitalismo es un sistema que invierte muchísimos recursos en autopresentarse como eterno e inevitable. “No hay alternativa”. Arropado por una tecnociencia desvinculada de la ética, formula el progreso como la superioridad sobre la naturaleza y las personas de las que, sin embargo, depende. Este autorrelato mítico es lo que permite ocultar y a la vez acelera el camino hacia el colapso natural y antropológico.

Pero el capitalismo no es una ley natural. No siempre se vivió así, más bien es un leve parpadeo en la historia de los seres humanos. Y ni siquiera se vive bajo la lógica capitalista en todo el mundo. Las relaciones en los hogares no son capitalistas, ni persiguen la maximización del beneficio (sin obviar el hecho de que se basan en la lógica de dominación patriarcal), tampoco son capitalistas las relaciones que mantienen muchos pueblos todavía hoy en el mundo.

El capitalismo no es como las leyes de la termodinámica o el hecho insoslayable de que el planeta tenga límites, es una construcción social y como tal se puede cambiar.

...Y PODEMOS EMPEZAR A CONSTRUIR OTRAS REGLAS DESDE YA

No es condición imprescindible -aunque ayudaría, tener el poder para poder construir otros proyectos y lógicas alternativas. En nuestra opinión la dicotomía estanca entre planificación política-económica y autogestión es estéril e innecesaria.

Parece evidente que afrontar problemas como el cambio climático, el declive energético o la deuda ecológica requiere articular políticas democráticas coordinadas. Darle la vuelta al modelo energético en las grandes urbes o proporcionar alimentos a toda la población del planeta en escenarios de transición hacia la sostenibilidad requiere planificar y tener una dimensión global de las necesidades que hay que satisfacer y de los recursos que existen para satisfacerlas.

Esta constatación, sin embargo, no se contrapone y de hecho es sinérgica y complementaria con la existencia, y necesidad, de una gran cantidad de iniciativas alternativas autogestionadas que en los últimos años han ido surgiendo con mucha fuerza.

Las cooperativas de consumo agroecológico resuelven hoy las necesidades de alimentación de varias decenas de miles de personas en el Estado español. Son testimonio evidente de la posibilidad de superar las ficticias divisiones entre campo y ciudad; de la capacidad de hacer política de un hecho básico como es la alimentación; rompen la lógica capitalista que ha convertido la agricultura en una actividad dependiente de subvenciones; instala una cultura de la alimentación que respeta los ritmos de la naturaleza; aglutina personas que se organizan en los barrios para participar e incidir...

Las iniciativas basadas en las finanzas éticas, como Coop 57, educan sobre el dinero y el papel que debe jugar. Consiguen financiar proyectos de la economía solidaria y canalizan el ahorro de personas hacia actividades productivas socialmente necesarias. Crean formas democráticas de organizar las finanzas...

Las redes de cuidados compartidos permiten hacer colectivo el cuidado de la vida humana, sacándolo del mundo estrictamente privado de los hogares y haciendo de él una responsabilidad social...

Las okupaciones o la oposición a los desahucios llaman la atención sobre la atrocidad de una propiedad privada ligada a la acumulación y sobre el necesario debate social que cuestione una propiedad que no esté ligada al uso. La reflexión en torno a la vivienda, en un estado lleno de casas vacías, puede conducir a la elaboración de propuestas claramente viables, porque lo que puede satisfacer la necesidad de un sitio para habitar, las viviendas, están ahí y están vacías.

Propuestas como las cooperativas integrales o el “mercado social” ponen de manifiesto que es posible organizar otras redes económicas, incluso en el corazón de la bestia. Con todas sus dificultades y contradicciones, estos espacios ofrecen un campo de práctica e investigación económica que hay que mimar.

Si hemos visto cómo el software libre, nacido a partir del trabajo autogestionado de miles de programadores que cooperan, ha sido capaz de plantarle cara a Microsoft ¿cómo no apoyar las iniciativas que nacen y flotan contra la corriente del capitalismo?

Es perfectamente posible articular dinámicas políticas globales y democráticas y a la vez potenciar los proyectos autogestionados. Los pueblos originarios lo hacen constantemente. Por una parte, mantienen su organización social y económica basadas en su conocimiento tradicional y por otra se articulan entre ellos y con sus gobiernos o contra sus gobiernos cuando se trata de luchar contra una megainfraestructura, contra el extractivismo o a favor de la nacionalización de los recursos energéticos.

Despreciar las “pequeñas” iniciativas es un error garrafal. Primero porque los seres humanos, y más en estos momentos, necesitamos experimentar la construcción de la alternativa para no caer en el derrotismo. Segundo porque se satisfacen necesidades reales de otro modo. Tercero porque la única forma de construir una nueva realidad es ensayándolo y poniéndolo en práctica.

DECRECER EN LA ESFERA MATERIAL NO ES UNA OPCIÓN

Reducir el tamaño de la esfera económica no es una opción que podamos o no aceptar. El declive energético y de los minerales, el cambio climático y los desórdenes en los ciclos naturales, lo impone. De hecho, ya se está reduciendo.

Lo que está en juego es si esa inevitable reducción se produce favoreciendo que una cantidad cada vez menor de personas sigan manteniendo sus niveles de sobreconsumo y sus estilos de vida, mientras que sectores cada vez más grandes de la población queden fuera.

Esta política es ecofascista cuando es explícita (“no hay para todos y nuestro estilo de vida no se cambia”) y también cuando se viste de todo tipo de excusas políticamente correctas, incluso de guerras humanitarias. Tal y como señala Pedro Prieto, los invasores de Iraq no sólo pretendían apropiarse de los yacimientos de crudo, sino también el que la población iraquí, que hasta entonces tenía uno de los mayores consumos per cápita de petróleo, disminuyera ese consumo hasta ratios propios de la época medieval, de tal modo que lo que dejasen de consumir, se pudiese poner a disposición de las economías que ostentan el poder.

Los recursos escasos y los procesos especulativos sobre estos recursos hacen negocio de la exclusión material de cantidades cada vez más grandes de personas. El declive material del metabolismo económico global favorece los procesos que pretenden de forma explícita o implícita “seleccionar” a través de los mercados y la guerra quién accede a los recursos. Cuando el discurso sobre la escasez de recursos explicita que sobra gente es fácil identificar el ecofascismo y rechazarlo, pero cuando se insiste en perpetuar el modelo de crecimiento económico sin tener en cuenta que ya se ha superado con mucho la capacidad de los propios territorios, lo que se hace es consolidar la práctica de la apropiación del “espacio vital” de otros pueblos. Por ello, es importante insistir hasta qué punto las economías que no comprendan los límites físicos y los asuman, aun sin quererlo, devienen en ecofascistas.

La otra opción, la nuestra, es que nos ajustemos a los límites del planeta a partir de un proceso de reducción controlada impulsada por criterios de justicia y de equidad. Y ahí es donde se juega el futuro, no en si vamos a reducir o no la esfera material, sino en si conseguimos que esa reducción se haga o no por una vía autoritaria.

En este sentido, algunas propuestas de corte neokeynesiano que buscan revitalizar la economía productiva corren el riesgo de no ser viables por falta de recursos materiales, o a pesar de su buena intención, seguir profundizando en un modelo que no se puede sostener desde el punto de vista material.

Es imprescindible contar sólo con lo que tenemos. A ninguna ama de casa se le ocurre intentar preparar cocido para cien si sólo tiene un kilo de garbanzos. Por ello, es de crucial importancia la reconversión del modelo productivo con criterios ecológicos. Por puro sentido común.

Aprender a desarrollar una buena vida con menos extracción y menos residuos es una de las claves para salir del atolladero, de forma que la buena vida sea universalizable a todas las personas. Romper el “sagrado” vínculo entre calidad de vida y consumo es una premisa inaplazable. En este camino tal y como dice Jorge Riechmann: “no tenemos valores garantizados metafísicamente pero tenemos la convivencia humana, la belleza, el erotismo, los placeres de lo cotidiano, el acompañarnos ante la enfermedad y la muerte”. Una enormidad de bienes relacionales y placeres que podemos hacer crecer hasta que nuestro cuerpo aguante.

DISTRIBUCIÓN Y REPARTO DE LA RIQUEZA

El reparto de la riqueza es nodal. Si tenemos un planeta con recursos limitados que además están parcialmente degradados y son decrecientes, la única posibilidad de justicia es la distribución radical de la riqueza.

En este sentido existen muchas propuestas elaboradas por diferentes sectores de la economía crítica. Desde las propuestas encaminadas a imposibilitar la acumulación y la especulación, por ejemplo de ATTAC; desde las propuestas de establecimiento de una fiscalidad progresiva y verde; la posibilidad de explorar la Renta Básica; el establecimiento de rentas máximas...

Es también urgente abordar un debate prohibido como es el de la propiedad. No tanto el de la propiedad ligada al uso, sino sobre todo el de la propiedad ligada a la acumulación.

La simplicidad voluntaria es una magnífica actitud pero ¿qué hacemos con quienes no lo quieren ser? Tenemos que tener instrumentos políticos, porque la única posibilidad de que haya gente que acceda a los mínimos de supervivencia es que a quien le sobra, se le anime a cederlo.

LA PRODUCCIÓN, UNA CATEGORÍA LIGADA AL MANTENIMIENTO DE LA VIDA

Cara a construir una economía centrada en la vida, que desbanque a los mercados como organizadores de los espacios y los tiempos de la gente, es fundamental deconstruir algunos conceptos que, al no ser sometidos a la crítica, sostienen la puntita del iceberg capitalista.

La producción tiene que pasar a ser una categoría ligada a la vida y su conservación y no, como ahora sucede tantas veces, a su destrucción.

En la economía convencional, la producción se mide en dinero. Da igual la naturaleza de la actividad que sostenga esa producción. Vale lo mismo producir bombas de racimo que trigo, porque como lo único que cuenta es el crecimiento económico, ni siquiera nos preguntamos qué es lo que se produce.

Para reconvertir el modelo económico en un marco de fuertes limitaciones físicas, es fundamental pensar en qué necesidades tienen que satisfacer todas las personas. Y serán producciones socialmente necesarias aquellas que satisfagan necesidades humanas sin destruir las condiciones materiales que permiten que precisamente puedan satisfacerse.

Superar la dicotomía producción-reproducción es importante. Si la economía se define como el proceso a través del cual se obtienen bienes o servicios que permiten la reproducción social, será la reproducción social, que es la finalidad, lo que hay que poner en el centro. ¿Y cómo vamos a hacerlo si el ámbito en el que se da la reproducción social, los hogares, es invisible? REPENSAR EL TRABAJO

Pensar en las necesidades a cubrir y en las producciones socialmente necesarias nos lleva a pensar directamente en los trabajos socialmente necesarios.

Existen sectores que claramente deben crecer (rehabilitación energética de la edificación, agroecología, los vinculados a los circuitos cortos de comercialización, transportes públicos, servicios sociocomunitarios relacionados con los cuidados, energías renovables, educación y sanidad, etc.). Sin embargo hay otros que deben disminuir o desaparecer porque satisfacen producciones dañinas. Las transiciones justas que protejan a las personas que trabajan en esos sectores deben ser apoyadas colectivamente y ser objeto de prioridad política, pero no se puede seguir ahondando la crisis estructural. Cuanto más se profundice, más difícil será salir de ella.

En estos momentos es importante reforzar la lucha para que no se continúe perdiendo masa salarial, pero a la vez es necesario abrir un debate sobre las diferencias salariales en función de los tipos de trabajo. Algunas propuestas de cooperativas de trueque de servicios han avanzado interesantes reflexiones sobre los diferentes valores que nuestra sociedad otorga a los trabajos remunerados y ofrecen vías para darle la vuelta a ese criterio de valoración que con frecuencia no tiene nada que ver con la necesidad social del servicio que se presta. Sólo eso explica que las personas que cuidan, por ejemplo mayores, remuneradamente, tengan los salarios más bajos y las condiciones más precarias de nuestras sociedades. Es vergonzoso que sea legal que a una empleada doméstica interna con el salario mínimo interprofesional se le pueda detraer hasta un 30% en concepto de alojamiento y manutención, mientras que a un ejecutivo de cualquier empresa, si le mandan tres días fuera de casa se le paguen las dietas y el viaje. Es la muestra de que incluso dentro de lo legal, hay personas que no son sujetos de derecho.

El reparto del empleo es un tema a recuperar y, junto a su distribución, habrá que pensar también en los trabajos no remunerados imprescindibles para la vida.

No deja de ser paradójico que cuanta más gente queda sin empleo, más aumenta la masa de trabajo neto que se realiza dentro de los hogares con unas constricciones cada vez más grandes.

LA DEMOCRACIA Y LA CONSTRUCCIÓN DE PODER COLECTIVO

Si estructurásemos las propuestas que se han venido realizando desde medios académicos, políticos, de los diferentes movimientos sociales y diversos sectores de pensamiento crítico; si trabajásemos sobre ellas y limásemos las incoherencias que puedan plantear, tendríamos con toda seguridad un programa extenso para caminar.

Puede que las propuestas no estén bien articuladas, que no compongan un relato coherente... eso está por llegar. Pero desde luego, no se puede decir que no haya alternativa.

El gran problema, a nuestro juicio, es el enorme salto que hay entre la dureza del ajuste y la capacidad para hacerle frente. El aparato neoliberal aprovecha para demoler los cimientos de cualquier estado de derecho porque piensa que es ahora cuando puede hacerlo.

Ahí es donde se encuentra el reto principal, el de poder construir una mayoría social que obligue al cambio. El 15 M ha supuesto un revulsivo importante y ha obligado a los movimientos sociales a repensarse y a trabajar juntos.

La histórica dinámica de desconfianza pesa a la hora de articular. La izquierda y los movimientos sociales tienen serias dificultades para gestionar la diversidad. Las viejas lógicas que recitan como una frase hecha “es más lo que nos une que lo que nos separa, fijémonos sólo en lo que nos une” no han funcionado. Y no han funcionado porque sistemáticamente se machaca o desprecia lo que nos separa. Lo que separa a dos colectivos que en una buena parte piensan lo mismo, es probablemente algo a lo que ambos conceden una enorme importancia. Por ello, pensamos que hay que hacer hueco a lo que nos separa. No quiere decir que lo tengamos que incorporar en nuestro colectivo como prioridad, pero sí abrirle espacio y no negarlo. Si no es imposible poder articular. Y es ahí en donde se juega todo.

El activismo social y político ofrece la posibilidad de dotar de sentido a nuestra propia experiencia. Es cierto que no va a ser una vida tranquila y descansada, pero desde luego sabremos qué y por qué lo hacemos. También sabremos que lo que hacemos lo compartimos con las mejores personas que existen, las más generosas: nuestras compañeras.

Fuente : http://www.exodo.org/CON-LOS-OJSO-ABIERTOS-UNA-MIRADA.html